domingo, 7 de julho de 2013

Contos da Julieta Corrompida

Eles falam de amor
E eu morro de tédio.

Talvez porque o amor não possa ser proferido
E quem o sente não o exiba descaradamente
E quem o receba nem se dê por conta.

Terei eu amado?
Amor romântico?... talvez sim, talvez não.

Isso não importa.
Amar faz as árvores serem menos árvores?
As impede de servir de agasalho para o velho casal de João de Barro?
Amar nos impede de apreciar o Sol?
Faz dele menos brilhante?

Então, qual o problema desse casal tão pacato, tão irritante, tão inerente, tão descolorido, mas que se julga tão novo e emocionante?

Não há problema.
Exceto que são irritantes.

A Julieta Corrompida jorra lágrimas de sangue
E queima por aqueles que fingem amar
Porque o amor não pode ser descrito com palavras
Ou com beijos
E abraços...

Amar é pensar...
Mas é despensar!
Amar é se importar;
Amar não é querer o que se vê;
Amar transcende a carne...

Sendo assim, poucos amam
E nem eu sei se já amei

Mas eu?
De que importa?
A juventude é longa
E por hora apreciarei as árvores, as flores que são é o que são porque são, não vestem-se de sentimentalismos...

Agarrar-se às coisas místicas...
Para quê?
O que há de místico em apenas sermos?
Quando sermos é a única coisa que precisamos ser, sem fingir para ninguém.
Quando rolar na relva pode ser mais prazeroso e menos preocupante do que querer saber se se é amado?

Apreciarei a natureza.
É o que há
Mas nem a natureza já é mais natureza.
A natureza em si já é corrompida
Assim, como o falso e ilusório amor de tantos que vejo por aí.

Expondo o "amor"…
Expondo-se ao ridículo

Ser e apenas ser.

E amar o concreto,
Deixando o abstrato para os loucos e para os desesperados por um pouco de atenção.

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