quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A Decantação de Huxley

O ser humano é estranho... e cego. Enxerga apenas as opções que são mais confortáveis e tendem (sempre) a escolher por elas. A rotina, a monotonia são sempre mais fáceis de se lidar, pois o "novo" é sempre encarado como desconcertante; incômodo.
Não que isso explique o que realmente me pesa. Não, não é isso. Eu mesma não tenho certeza se quero sair da minha zona de conforto; não tenho certeza se quero ser diferente das demais peças "pré-fabricadas" que constituem nossa sociedade e são modeladas pelas opiniões e gostos daqueles que nos fazem, acompanham e corrigem. Sabem a desculpa que usam para nos controlarem? A forte alegação de serem nossos criadores.

Admirável Dilema Novo

Agora (ainda mais) vejo que não passamos de pecinhas de lego não mão de outras pessoas. Possuímos livre arbítrio? Não. Não por inteiro, ao menos. Concordemos que é sempre mais fácil deixar que alguém nos controle, que tome as decisões por nós mesmos.
Eu mesma deixo que "tomem as rédeas" por mim, mas o problema é que isso não tem dado muito certo ultimamente.
Talvez eu pertença demais à mim mesma; talvez eu não tenha saído conforme o esperado; talvez, por conta disso tudo, eu não consiga administrar a INDECISÃO; a tua indecisão; a nossa indecisão.
Para mim, é mais objetivo. Posso citar Cássia Eller inclusive:

E eu te chamo
E eu te peço: vem!
Diga que você me quer
Porque eu te quero também

Parece-me tão claro, simples e objetivo! Sei que para ti nem tanto... Ó, como eu faço questão de possuir uma lanterna para te mostrar o que há no fim da linha do teu dilema.
Só que... ao chegarmos lá, o que nos aguardaria? Fracasso? Medo? Solidão? Raiva? Ou quem sabe uma fonte inesgotável dos mais diversos prazeres?
Bem, eu não sei e, infelizmente, não cabe a mim descobrir.
Para saber é necessário desbravar; para desbravar é preciso coragem; para possuir coragem é decisivo que tenhas vontade própria. E então? Tu tens vontade própria? Está pronto para, quem sabe, lidar com o fracasso e a decepção? Ou então deliciar-se com o sucesso e todo o bônus que vem junto dele?
Não posso decidir por alguém; não vou controlar ninguém como eu sou controlada.
Afinal, até hoje eu tento me livrar das linhas que prendem-se a mim como linhas de uma BONECA DE VENTRÍLOQUO.
Só me resta saber sobre os teus barbantes: será, tu, capaz de queimá-los; cortá-los?

 
 

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