quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O Mar

Bom dia, amor
Se são teus olhos a me mirar
Ou o mais profundo oceano a anunciar
O mais belo dos dias,
Já não sei...

Boa tarde, neném
Se são teus lábios no poente
Ou os rios e os sóis que se cruzam...
Já nem sei...

Boa noite, baby
Se são estrelas cadentes
Ou teu sorriso...
Também não sei...
De onde surge essa radiante,
Ofuscante,
Nauseante,
Um pouco ausente,
Inverossímil,
Beleza?
Oscilando entre aspereza e astúcia!

Já não sei mais o mar.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Vital Signs

E se quiséssemos falar de algo sério?
Dos sequestros,estupros, roubos, assassinatos a cada instante;
A cada meio segundo?
E se precisássemos analisar cada sinal vital de um pobre sobrevivente?
Sequelado...
Conturbado...
Perdido...
Nesse abismo escuro e doido que é o mundo!

E a humanidade corre,
Foge!
A cada má circunstância,
A cada aperto,
A cada desespero...

Os fracos permanecem corajosos e revoltosos...
Brigando pela sua terra!
Pela sua honra!
Por sua virtude,
Hoje já tão desvalorizada
E enegrecida...

Tão enegrecida quanto a "soul" dos arrebatadores de terra,
Tão ávidos por possuir mais...
Passam por cima de amores e direitos...

Tão destrutível, assim em palavras...
Tão justificável em atos...

Mulheres abusadas,
Sofridas!
Carrancudas...

Crianças chorando,
O desespero é grande!

Casas em pedaços...
E o mal da guerra?

Famílias destroçadas,
Soldados destroçados...

Vítimas?

O sistema é quem dita.
E mais "sistematizados" que nós?
Alguém existe?


domingo, 29 de setembro de 2013

Uma tolice a contar

Quando estás na janela e põe-se a pensar;
Quando lê, na biblioteca, uma página qualquer de um livro abstrato;
Quando atravessa a rua e pega um café;
Quando branda que quer viver sozinho;
Quando almeja ser maior;
Quando perguntas o preço do cinema;
Quando faz a cara de gato assustado;
Quando se inflama de ardor...
Sou eu, eu, quem estás a correr,
A procurar,
A amaldiçoar,
Como a uma bruxa má fantasiada de anjo caridoso...
Sei...
Contudo, que o que estás apenas a desejar
É essa mania tola de me beijar.

                        [Abraços a reconfortar]

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Fadiga

Nunca descanso de ti,
Te quero sempre
E a tua presença distante
É uma fadiga gratificante
Que eu já eu não canso de esperar, esperar, esperar, esperar, esperar...
Até perder de vista todas as esperanças
Porque já é tão desesperançoso te ver tão longe
Onde meu amor não te alcance
A não ser através de versos,
Tão poluídos
E sem sentido...
Sem sentido como esse "sentir"
E essa mania que tenho de ti
E a fome que abrange todo teu ser,

Que já não é mais tão meu quanto ontem.

domingo, 22 de setembro de 2013

Vou-me atirar ao paraíso dos amores doces e ociosos... Cantigas pt. 1

Abri a janela para assistir o dia a chorar,
E fiquei a esperar
Uma ligação,
Uma notícia,
Tua.
Qualquer besteira;
Qualquer bandalheira;
Que viesses correndo,
Feito louco,
E me roubasse,
Me sequestrasse,
Mas me levasse
                      [com vancê]


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Love&Caring

Andando pelas ruas, paro e ouço, disfarçadamente, o relato de uma jovenzinha, de olhar distante, sobre sua mais nova paixão:

"Tenho sentido tanta saudade que me pergunto se esse amor não está me deixando doente ou meio afetada mentalmente.
Fico rindo toda boba, nas ruas, em frente às praças, pros cegos a quem ajudo atravessar as alamedas...
Me sinto mais leve e feliz e me pergunto se isso é real de tão surreal que é essa sensação.
Teu amor me consome de um jeito gostoso, leve e ocioso e me sinto levada por braços imperceptíveis até o teu caminho.
Como alguém já disse: 'que teu afeto me afetou isso já é fato'."

Ela ensaia uma declaração, as amigas aplaudem e me pergunto se esse sentimento tão comum, que é a paixão, torna-se incomum ao tratarmos daquela guria que parecia tão feliz e anuviada, com espasmos de alegria e olhares acentuados...?
Quisera eu saber o resto da história, mas não trato de um oráculo e a vida corre e não podemos deixa-la escorrer entre as mãos aguardando pela dos outros.
Cazuza já disse: o tempo não para. Tratemos, por favor, de prosseguir.
Então, eu prossigo minha caminhada e as garotas, às minhas costas, a rir, na maior gandaia.

Foolish

Ela é feliz.
Sim, ela é.
Veste a máscara da tristeza,
Rola na relva.
Grita.
Faz-se.
Joga-se com manha nos braços de outrem
E suspende o ar como quem jaz morto, ferido de bala.

Eu a olho.
A espanto.
A odeio.
E sinto pena.

Pena?
Pois sim.
Ela trata a vida como a uma novela,
Carecida de telespectadores
Seu teatro é insosso se a casa está vazia e despe-se da maquiagem grotesca de moça medieval sofredora.
Trata da morte como a um tema joliz,
Mas estremece perante ela, tão obscura e irreversível...

Liga embebida,
Putrefa em embriaguez lânguida,
Usa a voz embargada
E pede pouco
Pra ganhar muito...
Finge-se de tola
Para que sobressaia.

Quebra afetos,
Rompe relações
E sorri como jovem inocente,
Toda alegre
Jovial
E intocável.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O mundo é grande

"O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar."

Drummond, Carlos.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Meu nome não é Arabella

São nestes momentos - repletos de tormenta - que a veia artística aflora.
São nesses momentos de inconstância e loucura que a poesia se engrandece.
Talvez seja porque a felicidade plena seja puro lirismo e a turbulência um emaranhado de palavras enigmáticas.
Somos permeados pela dúvida e eu - oras! e quem mais o deixaria em tal estado de letargia? - te deixo em dúvida!
Sou uma amante cruel, me refugiando em palavras rebuscadas que te deixam transtornado, desfeito em emaranhados, com a tez enrugada, expressando dúvida e um pouco de decepção... ou, ainda, muita decepção!
Mas, amor, não me julgue! Sou uma jovem amante!
Descomposta, repleta de dúvidas - e dívidas - e, também, muito amor.
Queria lhe prometer felicidade, mas, antes, tens de lidar com a minha ambiguidade.
Então, me perdoe, amor, se não sou Arabella e se meu lirismo é superficial, descompassado e confuso. Apenas saiba, amor, que esses versos brancos não são tão brancos quanto tuas costas revelam ser.

sábado, 10 de agosto de 2013

Uma(s) Vez(s) A Mais

Talvez um pouco de bobagem,
Um pouco de leseira
E uma boa dose de vício novo façam bem...
Tão bem quanto se descobrir mais uma vez...

Sentir-se reavivada, relida e requerida mais uma vez...
Sentir-se uma pouco mais feminina...
Um pouco menos sem fôlego...
Só mais uma vez...

Umas vezes...

À Injuriada

E então ela reaparece!
Como uma lembrança metódica das coisas mal feitas,
das coisas não ditas,
dos segredos velados
e dos amores em farrapos
que eu já deixei pra trás.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Our Quote Of The Day

"É que, quando amávamos, eu não sabia que o amor estava acontecendo muito mais exatamente quando não havia o que chamávamos de amor. O neutro do amor, era isso o que nós vivíamos e desprezávamos."
                         Lispector, Clarice.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Simple Past or Present Perfect?

Se eu pudesse escolher entre dois tipos de felicidade, o meu passado com outro ou meu futuro duvidoso, acho que preferiria escolher a falsa felicidade que é o teu paraíso.

Karollstóika

Nem mais mulher...
Nem mais adolescente...
Encontra-se, ela, numa fase intransigente
Em que amar, doar-se e perder-se é só uma questão de carência;
De querer-se...
Só.
Sozinha.

Concubina da depressão fez-se
Sem motivos aparentes...
Seus segredos são velados...
Faltou-lhe pulso,
Faltou-lhe...
                    [afago?]
Do afago amargo,
Fez mel
E de suas palavras...
O mais puro fel

Atirando-se sem rumo,
Pôs-se a pensar...
Seria, deveras, sobre Amor?
Seria, deveras, sobre Cigarillas?
Seria, deveras, sobre Merlot ou Cabernet?
Seria, deveras, sobre seu Adônis perdido?
Ou sobre Eco retumbando em sua tumba de pedras?
Impenetrável...

Uma Psiquê contemporânea,
Abraçando o Cupido mal esculpido,
Feito das entranhas de um Lobo Guará,
Talhado à mão por quem faz Maracás

Ainda assim, ainda assim, sua tristeza, repentina!, continua me sendo um mistério...
A mim, observadora do Alto,
Atiro-me num salto por um átimo de certeza...
Sei da tristeza dela...
Confessou-se à mim, Condessa...
Escapou de minhas mãos
                                         [E suposições]
Como uma libélula que foge ao entardecer ...

O céu já foi mais azul...
Os rouxinóis já cantaram mais alto
E os viúvos vivos travaram sua última batalha...

Nessa tela pitoresca,
Em busca de saber,
Em busca de entender o que queria...
Perdemo-nos e peço perdão por ter falhado...
Erros não evitados...
Resultados equivocados...
Não esperados...
Mal interpretados...

Ora, quanta redundância!
Quanta desimportância!

domingo, 28 de julho de 2013

Lispectorizando

Lispector, Lispector...
Não sou Lispector, muito menos Clarice...
Não sou como essa mulher, mas compreendo seus segredos...

Deusa incompreendida, lida por almas mal-formadas...
Revelou sua paixão por meio de G.H., despiu sua pele de foca e encaminhou-se ao mar.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Graxa X Memory Card

Procurei, procurei...
E não vi!
O que será?
Por que será?
O que aconteceu?
Nos perdemos?

Já nem sei...

Sinto-me um corpo obsoleto na história,
Um resquício mal investigado,
Um peso esquecido e fadado... ,
Um motivo de algúria...

Então, agora vejo,
Agora sinto,
Agora visualizo e amargo...

Faltou o par,
Faltou sermos casal...

Geekman ou Mecânico?
Tanta faz...
Duas pessoas,
Duas faces,
Uma personalidade...

Objetos de amor
De amadoras distintas,
As quais são tão iguais...

Tanto faz...
Duas pessoas,
Duas faces,
Uma personalidade...

O que faltou?
Será que foi Graxa?
Ou será que foi Memory Card?

Já não sei...

Geekman ou Mecânico?
Tanta faz...
Duas pessoas,
Duas faces,
Uma personalidade...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

"Caffé d'Amour"

Meu bem, me diga:

Como é que eu faço
Para você dizer que me quer
E depois me chamar
Para tomar um café?

domingo, 14 de julho de 2013

Arctic Monkeys - Do I Wanna Know?



"Do I wanna know? If you feel the same as I do..."

As Emoções em Série: Dica musical de hoje

As Emoções em Série: Dica musical de hoje: Instant Crush - Daft Punk (ft. Julian Casablancas) Random Access Memories (2013) (clique aqui para ler a letra)

Um Atlas, por favor.

Sim, sim, conversamos durante a madrugada...
E você não me disse nada.

Sim, sim, estou equivocada...
Talvez devesse dar uma repensada.

Sim, sim, estou incomodada...
Fadada a ver você desconversar.

Sim, sim, estou enganada...
Não hei de, porém, me preocupar...

Sim, sim, estou certa...
Tu és um gajo acomodado,
De atitude e palavras lesadas,
De gestos lerdos
E poucos versos...

És, acima de tudo,
Um gajo elaborado,
Não desvendado
Nem encontrado pelo meu Mapa
Que não me levou a
Nada...

Maldito X Mal Dito

Loucura, devaneio... já não sei... Nesse abismo desenfreado,
Estou a me lançar...

Quem há de me aparar?
Tu?
Teu Deus?
Mostra, mostra, agora, a tua face
Ou, quem sabe, a face do teu salvador!
Pois o meu, que és tu, virou-me as costas,
Lançou-me ao Inferno...
Mas pouco me importa,
Já me abstive de meus pecados...

Yes, I wanna know it.

I'm too busy fallin' in love for you, baby.
Please, call me back, 'cuz I wanna know if you feel the same as I do...
But you disappear completely...
Baby, please, I've to know if you feel the same as I...
I'm a lover...
And I (think) I love you...
It costs a lot answer me?
I don't wanna be your friend, baby, please take me...
Take care of me...
Take a kiss from me...
And, finally, be mine.

sábado, 13 de julho de 2013

Meu bem, lhe falo de amor...

Pois é, amor, aqui estou eu
De novo...
A falar de amor.

Agora me renovo,
Me desdobro,
Me reencapo!

Não venho reclamar de um velho amor...
Venho anunciar o novo!
O exuberante!
O extasiante!
Quem sabe viciante e regozijante...?

Amor, por favor, não se espante!
Sei que sou infante!

De uma infantilidade hostil!
Eu sei, eu sei, meu bem...
Mas só mais um verso, eu prometo
Que fecharei os olhos e imaginarei por um instante
O teu favo de mel e tua aura delirante!

Baby, por favor, nem agora
Ou depois
Te dou permissão pra não me amar.
Estás amarrado em mim...
Cordas invisíveis a enlaçar-te.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Diários Não Autorizados da Ruiva do Andar de Baixo - Parte III

Sentia-se uma esquizofrênica.
Deitada na varanda de casa, os pés encostados na parede, as mãos cobrindo o rosto contra a luz do sol forte e os fones de ouvido contornando o busto por onde o fio passava...
Não era bonita.
De longe!
Era bem desajeitada. Cabelos nem curtos nem longos. Ruivos.
Uma aura encantada, mas assustadoramente distante...
Queria saber o que ela ouvia, via sua cabeça dançando, via seus lábios se movendo...
Era bonita naquele instante.

No segundo momento, despertou de um sono distante e levantou-se. Caminhou para a porta de acesso à casa com um olhar vago.
Deveria ter o que fazer, mas se sentia improdutiva.
Tinha problemas de foco, não se concentrava em nada por muito tempo...
Dado alguns minutos, passava a despedaçar a borracha, a morder o lápis, a olha o teto, a girar na cadeira e a pensar em alguém.
                                   [desconhecido por mim]
A Ruiva se levantou, caminhou e sentou de novo diante da escrivaninha.
Nada.
Absolutamente nada.
Só a dúvida e a perturbação cotidiana...
Mas a isso ela já estava habituada, só não se habituava a estudar e a ser disciplinada.

Voltou pra varanda e adormeceu durante seu banho de luz.

Cantaleu

Somos desprovidas de dotes... e de que isso importa?
Não temos uma voz boa, não tocamos nenhum instrumento (objetos valem?)
Somos descoordenadas,
Completamente incapacitadas de exercer qualquer função
Que necessite de uma equação.

Ela possui uma boa voz e toca alguma coisa.
E eu uma caneta e um papel.

Dane-se!
Eu escrevo e ela canta.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Não sou como o Poeta Exagerado



Não sou a Bete Balanço, nem canto ou escrevo como Cazuza, que tanto embala meus dias.
Muito menos sou a poeta do exagero...
Ou seria?
Um exagero banal, talvez...

Pudera eu me comparar à tal,
Quem sou eu?
Uma aprendiz das coisas da vida,
Dos contos de amor
E das injustiças de um mundo preconceituoso
E letal.

Não, não tenho AIDS
Não amo xerifes ou shakes Alemães.

Ninguém nunca me deixou um bilhetinho azul
Ou qualquer rosa roubada...

Não procuro um amor inventado...
Mesmo sendo isso que me reste.

Não morreria de inanição por ninguém,
Mas largaria tudo por quem valesse a pena.

Jorgar-se aos pés..
Tão íntimo e desesperado;
Tão revelador...
Tão CAZUZA!
O legítimo exagerado...

O Poeta tem razão,
O TEMPO NÃO PARA!
Então, por que nos pomos a desperdiçá-lo?
Por que não nos entregamos
                                        [E nos juntamos?

Demorei a perceber
Que isso não rima...
Quem sabe eu escrevo "sina"?
E assim tem algum ritmo.

Não adianta.
Não me igualo ao mestre,
Mas sei que seus ensinamentos de amor são válidos.

Aprendi a não investir sem pôr no seguro.


Barba Negra

Um alívio!
Um equívoco!
Me perdoe, amor, se errei
Se disfarcei os versos como se fossem para outrém;
Se fingi ser quem o espanta...

Amor, na verdade, só quero a tua saudade colada na minha face...
Ela e a tua barba,
Macia e quente,
Acalentando meu coração
E me fazendo esquecer qualquer distração.

Fazendo esquecer qualquer palavra maldita,
Qualquer palavra mal dada,
Qualquer palavra recalcada...

Palavras místicas,
Palavras cabalísticas
Entoadas pela tua voz...

Ai de quem me tire a paz...

A Outra

Ele tem outra, eu sei;
Escondeu versos no buquê.

Ele tem outra, eu sei;
Se dispôs a fazer qualquer coisa.

Ele tem outra, eu sei;
Já não passo de migalhas.

Ele tem outra, eu sei;
Persistirei a sofrer.

Ele tem outra, eu sei;
Fantasmas na janela.

Ele tem outra, eu sei;
Esperanças despedaçadas.

Ele tem outra, eu sei;
Para quê me debulhar em lágrimas?

Cazuza - Preciso dizer que te amo

"Eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou te perder sem engano"

https://www.youtube.com/watch?v=lt7cc4VpRDw&feature=youtube_gdata_player

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Poemas Tardios

Dorme, dorme bem
Meu anjo velado,
Amor não idealizado...

"Sono para sonhar
E realidade para viver"...
Ganhei este conselho, mas o recebo com desprezo
Não por falta de querer,
Se não fosse falta do meu anjo velado,
Que dorme, abençoado,
E que nada tem a ver com a realidade
Ou com a imposição de alguma religião...
É apenas anjo.
Nem bom, nem mau;
Atencioso e descuidado;
Ingênuo e malicioso;

É apenas anjo.

E o que mais poderia ser?
Apenas um humano resplandecente,
Esperando envelhecer,
Descuidando a barba mal aparada
E renegando a amada ...
Não, não amada por ele
Ou seria?
Será?

Quem sabe...

Entrevistas com a Apresentadora Psicodélica, filha de Dr. Soop e representante de sua Marchinha.

Então é isso. 
Por alguns segundos ela sente como se a vida estivesse suspensa; como se ninguém tivesse o direito ou a ousadia de respirar, sorrir ou, até mesmo, chorar.

Aguardaria e que outra opção ela teria?
A vida retornaria em milésimos e o choque passaria.
Bem sabia disso.

"Por que a pressa?", a indagariam e ela não saberia como responder, pois mal sabia como respirar no momento.
Seria um momento de crise?
De sensação de fracasso?
De não conseguir ultrapassar as barreiras intransponíveis?

Ela não sabia.

Sentou-se no chão e pôs-se a comer jujubas, como sempre fazia em momentos de crise.
Mas elas não faziam o mesmo efeito... por que seria?

Percebeu-se, então, isolada.
Não sozinha, mas distante.

- Como mudaria?
- Não sabia.

- Ao menos queria mudar?
- É... mais ou menos. Um pouco complicado tocar nesse assunto. Próxima pergunta.

- Então por que reclamava?
- Hum... complexa demais. Tem alternativas para responder?

- Não, não temos. O que você vai fazer agora?
- Ler, estudar também. Assistir alguns filmes também.

- Se sente feliz?
- Não plenamente ou como idealizava, mas ninguém é 100% por qualquer coisa.

- Então ela é infeliz?
- Acabei de responder essa pergunta. Próxima.

- Por hoje não tem mais. Basta, a equipe se cansou.
- Está bem, nos vemos amanhã.

- Até.
- Não esqueça, tente retirar mais informações dela, sabemos que ela vai surtar com esse relatório, maaaaas... foi necessário.
- Certo, certo. Até.

domingo, 7 de julho de 2013

Argonauta Errante

Me enganei demais...
Acabei por associar seu nome à uma segurança que nunca viria a ter;
Sussurrei segredos ao pé do teu ouvido a fim de nos entreter e te ver sorrir;
Apostei um sentimento e perdi a lucidez.

Agora te escrevo versos brancos que não hás de ler ou compreender
Ou muito menos se importar.

Sei que não há de te tocar
Tais frases soltas
Envoltas por um sentimento piegas

Sei que tua chama se inflama por qualquer outra coisa
Ou alguém

Sei que fui inconsequente e desprovida de senso...
Só te peço mais uma chance, meu bem
Para me ouvir, mas
Não se preocupe, não hei de cantar, pois minha voz não é doce,
Mas minhas palavras podem ser…
Peço desculpas por nem isso direito fazer!

Sim! Sim!
És meu legado!
Foi meu passado, és meu presente [ausente] e te quero como meu futuro!

Ainda me aceitas?
Onde assino o meu nome?
Precisa de cartório e data de nascimento?

Garanto que lhe faço rir
E quem sabe sorrir...

Não de piadas, mas de te fazer feliz.

O texto é pobre, eu bem o sei.
Mas, meu bem, o que lhe guardo é rico!
É sentimento lapidado em ouro!

Dá-me a chance?
Agarra-me a mão que te levo para onde quiserdes ir
Serei tua guia;
Argonauta das naus da paixão!

Ora, veja só!
E eu que prometi não lhe escrever mais me perco neste caminho...
Bem sabes que não hás de ficar sozinho...
Lhe prometo!
Só mais unzinho...
Por favorzinho...
E não serei tão errante quanto dantes!

Diários Não Autorizados da Ruiva do Andar de Baixo Parte II

Ontem, ela foi dormir com o som da chuva e hoje acordou ao som da chuva.
"Agradável", deve ter pensado ela, pois ela tem o típico comportamento daquelas que apreciam um belo dia de chuva e o conforto e o calor do lar.

Persisto em acompanhá-la, de longe e anonimamente, como um espectro perpétuo colado ao vidro.
Sei que ela aprecia chá ou café com biscoitos de chocolate e sei que sempre que ela pode ela vai para a varanda ler, pensar ou simplesmente aproveitar o dia.
Sei também que ela tem um amor. Se ela é correspondida ou não, isso já não sei, mas sei que todos os dias ela, provavelmente, acorda com a sensação de ter um motivo para sorrir ou para chorar.

Hoje, ainda, percebi que ela estava triste... ou muito ocupada.
Não acendeu a típica luz de cabeceira do quarto e ficou a ler, como de costume.
Gostaria de saber quais são seus livros prediletos, mas não tenho coragem de chegar perto dela. 
Não sei nem seu nome.
Hei de descobrir...

Esses diários tão secretos...
Não, não a amo.
Não sinto desejo de possuí-la.
Muito menos sou homem, mulher ou ao menos humano.
Sou um espectro, uma fumaça que a sobrevoa.
Um lado adormecido seu... inquieto e louco para se libertar...

Hoje senti o cheiro de jujubas e sei que ela as comeu, pois senti que a chuva carregou o cheiro delas para mim...
Foi algo tão pessoal e inédito!!!
Sem explicação! Me senti tão bem por ver algo tão simples, mas ao mesmo tempo pude sentir o sabor também...
Mesmo que eu não quisesse, eu sou ela, uma parte desconhecida...
Um lugar escondido, mas que aos poucos se revela...
Não sei se sou a felicidade dela, que tem se escondido, ou a possibilidade de amar... ou qualquer outra coisa.

Não sei.

Só sei que quero mais jujubas.

Contos da Julieta Corrompida

Eles falam de amor
E eu morro de tédio.

Talvez porque o amor não possa ser proferido
E quem o sente não o exiba descaradamente
E quem o receba nem se dê por conta.

Terei eu amado?
Amor romântico?... talvez sim, talvez não.

Isso não importa.
Amar faz as árvores serem menos árvores?
As impede de servir de agasalho para o velho casal de João de Barro?
Amar nos impede de apreciar o Sol?
Faz dele menos brilhante?

Então, qual o problema desse casal tão pacato, tão irritante, tão inerente, tão descolorido, mas que se julga tão novo e emocionante?

Não há problema.
Exceto que são irritantes.

A Julieta Corrompida jorra lágrimas de sangue
E queima por aqueles que fingem amar
Porque o amor não pode ser descrito com palavras
Ou com beijos
E abraços...

Amar é pensar...
Mas é despensar!
Amar é se importar;
Amar não é querer o que se vê;
Amar transcende a carne...

Sendo assim, poucos amam
E nem eu sei se já amei

Mas eu?
De que importa?
A juventude é longa
E por hora apreciarei as árvores, as flores que são é o que são porque são, não vestem-se de sentimentalismos...

Agarrar-se às coisas místicas...
Para quê?
O que há de místico em apenas sermos?
Quando sermos é a única coisa que precisamos ser, sem fingir para ninguém.
Quando rolar na relva pode ser mais prazeroso e menos preocupante do que querer saber se se é amado?

Apreciarei a natureza.
É o que há
Mas nem a natureza já é mais natureza.
A natureza em si já é corrompida
Assim, como o falso e ilusório amor de tantos que vejo por aí.

Expondo o "amor"…
Expondo-se ao ridículo

Ser e apenas ser.

E amar o concreto,
Deixando o abstrato para os loucos e para os desesperados por um pouco de atenção.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Os Sapatos de Alguém

Pode até parecer loucura, pode parecer sem fundamento, mas, sim, eu acredito que os sapatos de uma pessoa nos revelam muito mais que um sorriso.
Por quê?
Simples.
Já parou para pensar que a vida dela se resume a sola dos sapatos?
Os lugares onde ela vai, as tristezas, as alegrias, as ambições, as angústias, os lamentos... tudo isso ela pode ter passado usando, por exemplo, um velho tênis surrado, mas muito querido por ela.

Enquanto caminho, reparo, primeiramente, no calçado da pessoa e me ponho a pensar em que situações a/o tal passou com ele.
É como se todo o quadro ficasse em preto e branco, toda a paisagem si perdesse o foco e o único destaque em cores fortes e nitidez fossem os sapatos...
A imagem pode ser forte, pois a pessoa pode não estar necessariamente de "sapatos". Para alguns a sola do pé é o único calçado que podem vestir ou, no máximo, um chinelo de dedos arrebentado.
Avisei que a imagem poderia ser forte.
Os alertei que os sapatos são "as portas da alma"... posso ter sido ridicularizada no princípio, contudo, hão de me compreender...
Os pontos de vista expostos, os pés expostos...
Tudo exposto, então.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Diários não autorizados da Ruiva do Andar de Baixo

Hoje eu resolvi mudar.
Tomar uma posição...
Ser alguém!
Parar de lamuriar sobre os sentimentos e agir de forma mais madura.
Hoje eu decidi deixar pra trás todas as minhas dúvidas.
Hoje eu resolvi me deixar levar...
Ser um pouco mais leve e livre...
Ser um pouco mais de mim...
Pertencer somente à mim mesma...
Hoje eu resolvi rever meus defeitos e meus objetivos.
Decidi deixar de ser tão pessimista e dura...
Decidi me liberar e me abrir à amar, mas sem se apegar...
Decidi tomar um Sol na varanda e molhar a camisa com meu pranto.
Hoje resolvi não procurar por saídas bruscas e desesperadas, mas sim refletir sobre o que é mais sábio.
Hoje resolvi não me cobrar tanto...
Decidi me permitir mais.
Hoje resolvi tomar café com Mentos de Yogurte e revelar alguma virtude
[Para algum estranho]

Hoje resolvi mudar.
Abandonar essa nuvem negra,
mas usar a massa cinzenta.

Hoje resolvi não tomar banho... E que DANE-SE!
Sou infame...

Hoje resolvi não contar meus inimigos ou pensar numa resposta feia... hoje resolvi descansar.

Hoje já não me vi mais como a mesma, mesmo observando à espreita, à espera de qualquer lugar...
Hoje resolvi não entrar na "bad", mas sim dar um mergulho de bico na "bed".

Hoje resolvi não pensar, apenas sentir, contrariando tudo o que eu disse.
Estimular meu cérebro com cenas felizes ao invés de drogas letais.
Sentar e escrever, sem deixar o café padecer ou a cadeira/caneta/caderneta resfriar.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Sorrisos à là Barbante

De fato, é bem cansativo permanecer observando esses rostos tristes...
Sorrisos de barbante, disfarçando os olhos tristes e as verdadeiras intenções.
Não apenas isso, persistiremos vendendo uma falsa imagem? Persistiremos nessa trama irracional?
As pessoas vêm e vão, já nos acostumamos. Mesmo algumas no fazendo bem, a maioria insiste em nos trucidar.
Por quê?
Por que a natureza ociosa do homem teima em pensar, quase que exclusivamente, no mal do próximo?
Por que perante o tédio nos martirizamos?
Por quê nos escondemos das pessoas? O mundo não gira ao nosso redor. Talvez sejamos muito narcisistas e antropocêntricos para admitir que o objetivo do outro não é manter contato conosco... não mais, ao menos.
Tudo que escrevemos pode ser considerado ambíguo e, com certeza, afetará alguém mesmo que não seja nosso "alvo", por assim dizer.
Prescrever metas não ameniza a angústia. Talvez, apenas, temporariamente, mas não, com toda certeza, aquela que está aprofundada no âmago...
Talvez devêssemos ser impessoais:
"A solidão é algo que afeta...".
Não. Não dá.
Precisamos continuar sendo e sentindo, mesmo que seja ruim e desgostoso. Não aprenderemos apenas com as boas experiências...
Gostaria de continuar com meu monólogo, mas já prevejo que entrarei em questões existenciais e não, não sou como Espinoza, que já possui a teoria da "arte de viver".
A busca pela compreensão do comportamento humano é para os psicólogos e filósofos, não me encontrando em nenhuma das situações acima, me retiro de mansinho, guardando pra mim as sátiras que crio, vejo e pré vejo da comédia humana.
Desejaria boa noite, mas não sei se quem ler o lerá durante esse intervalo de tempo. Sendo assim, bom dia!, boa tarde!, boa noite!

P.S.: Mesmo sendo um fato desconhecido as palavras possuem um poder imensurável, dessa forma, aqueles que as possuem devem cuidar linha por linha o que escrevem com a tinta perpétua da Internet.

domingo, 30 de junho de 2013

Pedantismo/ No Wow!!!



Esse desespero exacerbado
[Exagerado]
Extremamente desnecessário
Sem surpresas agora (No Wow!)

Não me veja como uma cópia
Eu não sou um xerox às avessas
(No Wow, No More)

Posso ser uma lembrança,
Posso ser um estrovo,
Uma carta estraçalhada
Um desvio de conduta incômodo

Posso ser o que você quiser
[Na sua mente]
Até mesmo um cadáver esbranquiçado

terça-feira, 11 de junho de 2013

"High Society"

É um homem.
Ele vende beiju e rapadura na esquina;
Vende cocada em frente às lojas;
Conta as moedas no ônibus e viaja de pé.

É uma criança.
Ela vende balas de goma na sinaleira;
Revira o lixo procurando iogurte e restos dum velho cachorro quente;
Vai pra escola com a sola do tênis arrebentada.
Não tem moedas pro ônibus.

É uma mulher.
Está grávida;
Distribui panfletos na rua de um consultório dentário,
Mas, ironicamente, mal tem dentes.
Põe mais um filho no mundo que não pode abrigar.
Anda a pé.

É um cachorro.
Sentia fome;
Rasgou o lixo
E comeu veneno.

São seres vivos.
Foram seres vivos.

Ignorados e escondidos pela sociedade,
Vivem nas margens,
Roendo os restos.
Os meus restos.
Os teus restos.
Os NOSSOS restos.

domingo, 9 de junho de 2013

Ridícula

Todo esse sentimentalismo barato tornou-se constante e irritante.
Obriguei-me a me retirar, aquele ambiente exalava drama amoroso; eu exalava drama amoroso.
Ridícula, eis uma boa palavra.
Dá-me embrulhos e ânsia de vômito e uma vontade louca de despirocar loucamente, sem sentido algum, apenas correndo, fugindo, andando, correndo, gritando... despirocando.
Eis a palavra: ridículO.

sábado, 8 de junho de 2013

Esperança Nacional

Caminhando hoje pelas ruas, a caminho de casa, me deparo com pessoas de todos os tipos, de todas as "tripos", de todas as estirpes, e todas elas tomam o mesmo rumo: a lotérica.
A lotérica? Como assim?
Sim, a lotérica.
Todas elas correm atrás de um mesmo sonho: acertar os 6 números do maior bingo nacional, ou seja, a tão aclamada - e sonhada - MEGA SENA.
O prêmio acumulado, o último dia... Façam suas apostas.
Comecei a me perguntar o por que de as pessoas perderem seu tempo e dinheiro apostando em algo tão fraudulento e, instantaneamente, percebi que era porque realizar esse ritual cabalístico em que elas precisam pressentir os números, realizar insanas equações apenas para - pensarem - que se aproximaram de algum resultado, lhes trará uma coisa em falta: ESPERANÇA.
Esperança? Por que esperança?
Calma, Tamires, responderei a sua pergunta.
Esperança, sim, pois essas pessoas agarram-se à ideia de que melhorarão suas vidas caso ganhem o prêmio. Em outras palavras, tais pessoas não possuem uma real expectativa de melhora e aquilo as alimenta, as satisfazem; a aposta é uma esperança nacional de que todas as vidas (não apenas a do Eike Batista ou do Bill Gates) podem dar um giro de 180° (sim, 180°, pois 360° significaria que elas retornaram ao ponto inicial, ou seja, a sua pobreza espiritual e a bancária).
De qualquer forma, pude enxergar hoje, de uma forma muito clara, o quanto estamos desprovidos do sentimento de satisfação com nossas próprias vidas, com nossas metas - que nem sempre são atingidas - com nosso corpo... enfim, com tudo.
Não acho correto abolir a Mega Sena, o Flamengo ou a Beija-Flor, pois tudo isso alimenta a alma pobre e sem perspectiva de um povo que perdeu a crença em si mesmo e no poder que possui.
E isso agrega, até mesmo, aqueles com alto nível de escolaridade, de forma que não podemos sustentar um argumento de que isso é particular das massas desfavorecidas e ignorantes. Afinal, todos nós precisamos fazer a nossa "fézinha", certo?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Cinzas

Eu nutria a falsa esperança de que as notas dele eram pra mim;
Que os poemas, as fotografias e as músicas eram pra mim;
Quanta ingenuidade da minha parte foi pensar que ele ainda pensava em mim...
Que as palavras eram um escudo atrás do qual ele se escondia...
Mal sabia eu que, na verdade, ele não escreve, descreve, fotografa por mim....
Cinzas é uma boa palavra pra nos definir e esse amor que definha... sustentado por lembranças surradas, empoeiradas...
Quanta ingenuidade foi da minha parte pensar que ele ainda pensava em mim...
Quanta ingenuidade da minha parte pensar que um dia ele pensará em mim.

domingo, 2 de junho de 2013

Corpos que mentem

Não sei o que esperava...
Por uma pura esperança boba e infantil,
Joguei minha dignidade fora.

Esperando por alguma coisa,
Qualquer coisa...
Não importa – me foi inalcançável.
Ainda é inalcançável.

Mãos que se afastam,
Lábios que não se tocam,
Pés que não se roçam...

Um abraço amigável é o “mais”,
Uma varinha de condão não consertaria

O que um coração desesperado pôs a jogar fora.

R$ 5,00

Eu cumpro todas as minhas obrigações, mas no final não há nenhuma recompensa, mesmo uma palavra qualquer, eu não tenho nada disso.
Eu tenho, apenas, a minha personalidade, algumas roupas e cinco reais no bolso.
Só preciso que você me pegue pela mão e diga que está tudo bem e que não vamos voltar para lá. Nunca mais.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Se você me seguisse, saberia como é.

Não há nada mais irritante do que pessoas se pagando de fofas, com um ótimo caráter e sorrisos luminosos, com dentes retos... contudo, inanimados e hipócritas.
Fingimos ser aquilo que nos fará ser aceitos, mas é isso mesmo que somos?
Alguns dizem estar bem, dizem que tudo faz bem, mas será verdade?
Outros tentam fingir que não se importam e outros tantos dizem não gostar...

Se você me seguisse, saberia como é.
Se você me seguisse, sentiria as coisas diferentes.
Se você me seguisse, poderia tirar a máscara.

Ainda somos indecisos e mal sabemos o que queremos;
Ainda estamos nessa ladainha do "sei lá...";
Que diferença faria se eu o abandonasse agora?
Será que eu sentiria sua falta?
Será que eu me sentiria mal de te ver com outra pessoa?
Não sei...
Não vou ser mais uma conformista, mas também não hei de insistir.

Nessa prosa sem romance, nesse contexto tão irreal, eu te abandono,
mas se você me seguisse, saberia como é;
Saberia como foi;
Saberia como será.

Faria a pergunta errada, mas teria a resposta certa e nunca seria tarde para voltar ao passado, mesmo que não tivéssemos uma máquina do tempo.
E, então, você saberia, se me seguisse.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sorvete de Limão e Feijões

Eu ainda não consegui ter certeza se já enlouqueci ou se os números estão errados...
As massas aumentam, mas na minha memória você só diminui, você só desaparece...
Ainda não sei isso é bom ou ruim; ainda não me decidi em fugir ou correr...
Só...
Só vou reestudar a sua mente por alguns instantes para termos o que conversar quando dermos de cara um com o outro:
"Olá, como vai?"
"Bem, e você?"
"Trabalhando muito?"
"Sim, nem posso falar com você agora, estou sem tempo. Vamos marcar alguma coisa por esses dias..."
"Sim, claro"

Um abraço amigável e dois caminhos diferentes.
Ele não liga.
Ela não liga mais para isso.
A ausência que ele deixou foi substituída por algo qualquer.
Ela não sabe mais sobre o que falar, não quer pensar nem falar; apenas se deixar levar, como numa correnteza ou num sonho. Não quer que ele a puxe de volte, mas no fundo, quer sim.
Sim, ela sabe.
Mas para ela... tanto faz.

Os títulos... também não fazem mais sentido... nada o faz, fora algumas certezas...
Ela agora se sente feliz. E isso já basta.

Sombra, blush e make up.

Sem saber se isso é ruim ou bom, ela tem a certeza de que ele a acompanha pelas margens, só bicando as beiradas.
Ela se deleita.
Se sente bem.
Se sente querida.
Se sente admirada.
Anda maquiada e atrai os olhares.
Se sente bonita, mesmo que o espelho diga outra coisa.
Se sente engrandecida.
Se sente amargurada.
Se sente levemente insaturada.

Ela só queria alguém de quem pudesse gostar e compartilhar fatos.
Mas se satisfaz em apenas ser contemplada.

Sair das sombras não é uma opção para ele.

Colorblind

Ele diz: "Sou cego."
Ela responde: "Tire a sua máscara."
Ele: "Não posso, tenho que agradar a sociedade."
Ela: "Então era isso."

Acabaram.

Tudo virou pó.

Memórias inacabadas,
Desperdiçadas.

Agora ela ruma, erroneamente, procurando por ele em outros braços.

Agora ele não é mais cego, agora ele é daltônico.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Sobre alguém

Cada um pensa que suas prioridades estão acima de tudo, mas ninguém sabe que o TUDO desvaloriza prioridades.
Cada um sabe de si, mas os outros sabem mais.
Agora sou apenas mais um número na infinita equação...
Infinitas possibilidades.

Eu e Ela; Ela e Eu; "Eleu".

Eu e ela pensamos em fazer qualquer coisa,
Em topar qualquer coisa,
Em mudar qualquer coisa;

Eu e ela choramos ao relento,
Segurando o chapéu contra o vento,
Enquanto - eles - lendo;

Eu e ela buscamos qualquer verso,
Rabiscamos qualquer feitiço,
Fingimos qualquer rebuliço;

Eu e ela não somos as mesmas,
Ainda agimos como lesmas.

Eu e ela não somos farsantes, 
Somos fantasmas ambulantes
Num marasmo de cores sem fim.

Eu e ela demos uma volta no Restelo,
Mas só encontramos restos.

Eu e ela nada somos,
Fingimos que somos,
Mas tudo somos.

Eu e ela somos perfeitamente imperfeitas,
Feitas à óleo, por não se misturarem com nada.

Eu e ela, ela e eu,
Tanto faz.
Podemos ser "eleu".

Juntas na mesma miséria, 
Buscando a mesma coisa,
Disfarçando.
Interpretando o mesmo teatro,
Como atrizes coadjuvantes,
Rindo risos tristes.

Atores diferentes contracenam.
Mal sabem eles de Ela e Eu,
Eu e Ela.
"Eleu". 




1 - 1 = 2

Se o amor fosse simples, não haveria tantas pessoas tentando defini-lo;
Se o amor fosse simples, não rimaria com dor.

Se amar fosse justo, não combinaria com chorar;
Se amar fosse justo, ainda estaria aqui;
Se amar fosse simples, ainda seríamos os mesmos;
Se amar fosse simples, não seríamos distantes; não seríamos amigos.

1+1 = 2, você diz nas suas equações,
Mas nas minhas, 1+1=1

domingo, 19 de maio de 2013

Quatro gatos tristes... comendo biscoito.

Coma biscoitos para a sua tristeza.
Chore rios.
Desperte.
Apalpe.
As coisas vão andando, continuando, e só você fica pra trás.

Coma biscoitos para sua tristeza.

Reflita.
Pense, mas não pense demais, porque pensar demais nos leva aos nossos demônios e você vai acabar comendo mais biscoitos para a sua tristeza acabar.

Relaxe.
E coma biscoitos até se acabar.

sábado, 18 de maio de 2013

Nefertiti

Vês que dá do teu sangue?
E que não pões tanta paixão no que precisas?
Que abandonaste as tuas felicidades
Por uma suposta "Qualidade de Vida"?

Não vês que será infeliz?
E pensarás "Por que não fiz o que quis?"
E o arrependimento virá da capa de um livro,
Lhe murmurando um jogral joliz

A alma dissecando...
E quem disse que ela existe?
O carpe diem é o que há, pois a vida é rápida
E válida

O corpo enruga enquanto ganhas dinheiro
E pensarás "Por que não fiz o que quis?"

A procura da felicidade é distorcida...
Dinheiro É Felicidade...
No entanto, sabes que não comprará a pessoa amada
Sabes, apenas, do interesse da futura mulherada...

E elas correrão atrás de ti,
Mesmo sem saber o teu nome,
Mesmo sem saber teus gostos,
Mesmo sem saber que o que procuras,
O que realmente queres,
É o sorriso de Nefertiti.





Jovanês

Vá entender a pequenina...
Tão doce e frágil,
Tão lastimável...
Envolvida numa sina de dois!
Mal sabe ela o que perde...
Mal sabe ela a trama que se desenrola....

Em torno dela, indecisões e falta de vontade...
A pobre, coitada, mal contém a ansiedade
Ah, pensa ela, que ensejo de beijar!
Mal sabe ela o selo que a vai atar;
Mal sabe ela a felicidade
E a ambiguidade do amante revolto...

Ela sabe, sim, da precocidade
Sabe, também, que é forçoso
Mas a menina não vê que,
Apesar da idade,
O amor é algo passageiro, leve e ocioso...
E beijar, nada mais é que delicioso
Contudo, uma droga infecciosa...

És, agora, maliciosa
Ó, pequena Jovanesa.


The Con

Podemos nos sentir puros mentirosos, pútridos, hipócritas...
Mas o somos?
Somos tão farsantes?
Somos coordenados por indecisão?
Somos feitos de que essência?
O que nos compõe?
Por que as pessoas falam "se cuida", se ainda não sabemos cuidar de nós mesmos?
A maioria das coisas não têm feito muito sentindo... embora sentir-se confuso não seja uma realidade, várias perguntas rodeiam e permeiam a mente, atravessando cada membrana mais sensível do cérebro.

Ainda parecemos farsantes?
Ainda somos falsas apostas?
Ainda dizemos que nos importamos?
Por quê?
Isso é verdade?
Onde está a veracidade?

Cobre teus olhos, não vejo tua face, tua boca solta murmúrios e as palavras se perdem...
És inconstante?
Todos somos.
Todos somos muros, impenetráveis, com nossos próprios segredos, sendo nós mesmos, sem hipocrisia, por alguns segundos.

Somos frágeis?
Suscetíveis?

Como vamos saber?
Tudo parece um enigma à ti.
Tudo é um enigma à ti. Inclusive eu.
Já me desvendaste?

Então sabes que sou farsante.



sexta-feira, 17 de maio de 2013

Qualidade de Vida X Felicidade

A felicidade vem quando menos esperamos.
Estabilidade não é mais sinônimo de felicidade; não para mim.
Olhar-se no espelho e cair na realidade pode ser chocante, mas eficaz.
Acordar, se sacudir, aproveitar... como diz na propaganda da "Mastercard", não tem preço.
É impagável a sensação de liberdade; sentir-se real e radiante, disposto(a) para mais dias, iluminados ou não.
O melhor de tudo é descobrir que não se depende mais de alguém para se sentir feliz porque, agora, você se sente real, verdadeiro, sabe que tem ossos e que não precisa de ninguém para apoiá-los, mas descobre que precisa de todos na verdade.
Integrar-se à música e ao ar, ao ambiente, e você se tornando um... isso é impagável.
Todos os sentidos reestimulados e a descoberta de novas coisas... tudo isso, num sentimento só e tudo isso passando num segundo diante de um espelho, quando um minuto atrás era-se completamente infeliz...
Isso é impagável...
A felicidade é impagável...
Não confunda qualidade de vida com ela, pois a felicidade incide de dentro, não de fora.
Somos inteiros, nunca fomos metade. É burrice esperar pela metade... espere pelo SUPLEMENTO, agarre-o e seja mais feliz ainda.

domingo, 5 de maio de 2013

À Perdida

Não te percas, cara amiga
Hei de enviar um mapa à ti,
Hei de guia-lá até a Constelação do Cruzeiro
E de lá, há de encontrar-te.

E tocarás no amor e na esperança de algo - alguém - que há de amá-la,
Que há de completá-la...

Meu serviço?
Dar-te uma carona até lá
E sorrir, acenando, de dentro do carro alado.

Trova à Tristeza

Pessoas choram, sofrem por amores intocáveis; perdidos.
Pessoas choram, sofrem por perderem lembranças gostosas.
Pessoas choram, sofrem por não poderem ser livres.
Pessoas choram, sofrem por gosto de se lamentar...

Pessoas não enxergam que já é passada a hora de saltar fora;
Pessoas não aceitam que já não são mais amadas e insistem em investir seu amor num passado já longínquo para o outro;
Pessoas choram, sofrem por gosto de se lamentar.

Tristeza é confortável...
Alegria é exigente.

Tristeza é um berço de lágrimas acolhedoras...
Felicidade não exige nada.

Tristeza dá dor de cabeça...
Alegria cansa o maxilar de tantos sorrisos.

Tristeza é capricho
E a Felicidade desmazelo.

Prezarei pela bagunça.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Súplicas

O tempo desfavorável
E o encontro cada vez mais raro...
Bocas a se abrirem em canto lastimável
E a se unirem no arroubo púrpuro!

Que triste façanha!
Afastar-se da cama,
Que triste, que lamentável!
Chorar pencas e penas
Por uma hora memorável...

Envolve-me.
E faz do meu corpo cama.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Holocausto Semanal

E o processo se repete sempre, todo dia, a toda hora... Segunda, terça, quarta e mais um dia sem te ver; sexta e sábado, um delírio, um suspiro! E domingo se repete o holocausto dos amores.

Aos Poetas

Até ontem pensava que para escrever era necessária vocação, mas hoje vejo que falta emoção.
E nessa falta, o que vemos são palavras insossas e insípidas, vendendo milhões em cada esquina.
As coisas perderam sua musicalidade para ficarem no ritmo "ta-ta-ta".

Potência de 3

Precisamos ser corteses, manter nossa postura, realizar o diálogo com nitidez, clareza, perfeita dicção e sem palavrão.
Precisamos ser cultos, letrados, "culturados", mesmo num país tão desapegado.
Precisamos de carisma e erudição, disfarçar com perfeição todos os erros dessa bipolar obra prima, chega a me dar até um aneurisma.
Preciso terminar! A cabeça dói, explode!, e os olhos me saltam das órbitas. Ser perfeitamente corretos, polidos, é o que nos mandam ser.
Políticos, belos, esguios.
Nos mandam ser o produto do 1° mundo quando estamos no subúrbio do 3°, numa potência de 5°, multiplicados pelo rude e criados por um distúrbio.

sexta-feira, 8 de março de 2013

De acordo?

Nos afastamos. E sabemos o real motivo de termos feito isso?
Fomos apenas imaturas? Frutos de uma indisposição adolescente?
Nossa amizade era completa e cheirava bem, e tinha um gosto bom, e andava bem e... E?
E aí que nossos caminhos se ramificaram e nos perdemos uma da outra.

As indiretas na caixa postal, tuas, não sei se são para mim, mas ao lê-las, leio-as como se fossem.
Abro, aqui, mão desse meu orgulho careta para, tentar, reatar aquela semente fértil que um dia foi a nossa amizade.

De acordo?

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ditados (Im)Populares

Dizem que "quem canta, seus males espanta!".
Estou em posição de discordar. Diria: "Quem escreve, seus demônios esquece!".

A Busca pelo Bom

Às vezes temos tanto a dizer, de uma forma tão intensa e despojada, que nos é impossível falar;
Às vezes somos estúpidos, agimos tão grosseiramente, mas queríamos apenas um pouco de atenção e carinho... Somos rudes e ignoramos pessoas, passamos reto, fingimos não conhecer, lhe desejamos o mal e até mesmo a sua morte...

Por que tanto ódio?

Meus amigos, o ódio é humano e nós SOMOS HUMANOS!
Há pessoas tentando se purificar... isso é louvável e mais ainda: extremamente admirável, mas, sejamos francos, isso realmente muda o que somos por dentro? Mostrar sermos pessoas boas, evitarmos xingamentos, maus pensamentos, más palavras, más impressões, isso nos torna melhores? 
Nos torna diferentes?
Seres elevados?

Isso tudo é duvidoso, mas não há jeito: uma vez corrompidos pelo mundo, não retornamos a ter aquele coração puro de um animalzinho indefeso... Aliás, somos animais indefesos por tão pouco tempo que já podemos nos considerar seres "corrompidos" antes mesmo do nascimento!

Entretanto, isso não muda o fato de que podemos ser bons, de que podemos ser melhores, superiores ao nosso ego! 
"Bondade" não é uma obrigação. Não se faz só por "status" ou pela religião, não! "Bondade" é um estado de espírito, ou mais ainda, uma forma de viver.
Procuremos o bem. Se não o nosso, pelo menos o de quem amamos.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Figueira

Buscar o sentido das coisas...
Não! Não o seu significado, mas sim o seu tato, o seu sabor, o seu desenrolar... Isso deveria ser considerado um esporte; uma arte.

Sentar-se debaixo de uma árvore, numa sombra e em boa companhia, apenas apreciando os passantes, observar as pombas revolvendo a terra e meninas superando meninos em brincadeiras tão primariamente masculinas... Tudo isso me dá uma sensação de alívio e que as coisas estão amenas...
Mas estão mesmo?

Algo está irrequieto dentro de mim... pululando freneticamente e zumbindo nos meus ouvidos!
O que será isso?
Conflitos internos não decifrados?

Tudo é plausível nesse jogo obscuro de desvendar a si mesmo.

A Letter to Oneself

I should treat you better, not like a child or a retarded...
I'm really sorry, my sweet friend, but I can't bearing you being like an imature person...
And, if you don't treat me like your mother it would be better for me and for you.
Why don't we try to get along? Make up again?
Maybe we can run into these days...
You know, we can talk about the time and the following seasons...
Please, call me back.

With love,
Yourself.

Monólogo de uma Maquinista

"Antes, no que estava pensando?
Sabe-se lá o quê!
Avante, que o trem está passando!

E, será, que estamos a perder algo?
Ou fomos nós que nos perdermos?

Diferimos de algo, alguém, substancialmente diferente?

O que estamos a dizer?
O que estamos a fazer?

Fugir
Saltar
Rolar na lama
Rasgar...
Explodir em chamas?"

- Cuidado!

- A próxima é a nossa estação!

- Vamos saltar?

- Não temos escolha!

- Não sabemos a que isso vai nos levar!

- Eu escolheria a mim mesma no passado, não no longínquo, mas no de 3 minutos atrás...

- E por quê?

- Minha natureza atual difere da anterior.

- Só por isso?

- E também porque antes eu saltaria do trem, mas decidi que vou ficar até o fim da linha...

- Mas e quanto a mim?

- Não se preocupe, eu já ia te atirar, Rancor.

- Ohh...




I was focusing you in my microscope

Are you a plague?
Please, vanish of my life
I can't lost my train, 
I can't lost my life

All we know that this is non-sense, but is this importante?
Are we important?
Last week I was thinking about what can I do to change something, but, now, I really know that we can change our appearence, but not our nature.

Yeah, you're beautiful, not a plague.
Or maybe you're a good plague that like focusing in my gold microscope.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Das histórias sem nexo...

Se eu já sabia que você voltaria?
Não...
 Talvez...
 Quem sabe...
Sim, eu já sabia.

Se eu queria te aceitar de volta?
Não...
 Talvez...
Quem sabe...
Sim, eu já tinha te aceitado.



E se a vida é como uma bola embolada de fios de tricô?
Conceber tudo desalinhado,
Fragmentado,
Perdido;
Do nada, ESCANCARADO.
Desenrolado,
Desalinhado,
Mal-acabado!

A saudade tem alimentado a paixão,
mas resta saber se da tua parte há combustão...
As tuas mentiras, mal fundamentadas,
Procuram ser findadas? 
Procriadas?

Cortas a mão que te afaga
E amarga a voz que deita sons doces
Os motivos disso? Tu não sabes
E nem me permite saber...
Tu apenas atravessa a tua adaga
Sem eu ver.

O teu raciocínio, é lógico
E inverossímil;
É cruel...
Consultas teu relógio,
Conta as horas,
Não para me ver! Não para me beijar!
Mas sim para me matar e roubar, de mim, 
O que te é guardado
 Pra depois...



Amigos, sou dúvida.

Tenho estado numa ânsia terrível por escrever; mesmo quando não tenho a menor ideia do que quero jogar no papel, fica difícil controlar minhas próprias mãos.
Talvez seja todo esse estresse pós diversos compromissos e conflitos, talvez seja a minha TPM mesmo...
Não sei... estou aflita por ter que continuar esperando e essa falsa esperança... procurando saídas, buscando oportunidades e gastando o tempo com coisas tão infundadas...
Não sei... posso dizer que agora me sinto, literalmente, reticências (...)
É um conflito interno, uma luta para exteriorizar os temores... Terrível.
Estou sentindo falta de alguma coisa e não tenho a menor ideia do que possa ser... ah, terrível.
Isso é um desabafo sem o menor sentido para quem o lê: não contém ódio, não contém amor, nem nada substancial... apenas dúvidas, um dilema anônimo que briga para aparecer...

Amigos, sou dúvida.


sábado, 19 de janeiro de 2013

A Inércia dos Patrícios


Mesmo sendo descrita como um dos três assuntos a não serem discutidos, a política possui uma grande importância para toda nossa população e ao futuro político nacional. Ao desconsiderarmos ela, seguimos para o caminho da alienação e reforçamos a marca que o brasileiro possui do “pior que tá não fica”.
 É fato, estamos acomodados com o governo que temos e com essa política nem sempre tão limpa que nos é apresentada. Perguntamo-nos: ainda vale a pena crer nela? Obviamente que sim, pois é de extrema importância valorizar a política que rege nossa nação e que, acima de tudo, rege vidas. Sim, pois é devido a ela que muitos brasileiros passam fome, mas é também por meio dela que veremos a pobreza ser erradicada. É preciso que tenhamos consciência de que propor um debate e supostas soluções para essa aflição nacional é pura utopia, pois estamos todos acostumados com essa mesma condição de país. Todavia, esse desinteresse não nos torna, necessariamente, apolitizados, mas sim nos caracteriza ainda mais como uma população extremamente inerte frente ao seu governo.
Ergamos nossas cabeças e tiremos nossas vendas porque estamos deixando passar diversas oportunidades para transformar nossa nação em algo que, ao menos, possua alguma participação pública; façamos nossa democracia. Porém, continuamos nossos dias normalmente, como se não houvesse política e embora haja a habitual indignação (passageira) perante o aumento de impostos, o caixa-dois e o mensalão, seguimos estagnados. Não há outra solução para a política de nosso país, e o apostar ou crer nela já não é mais o essencial. Não, temos de ver que o ápice da transformação política será no instante em que despertarmos para o nosso povo e abandonarmos essa postura negligente diante das eleições, dos plebiscitos e de todas as outras atividades políticas que possibilitam o contato com a sociedade.
Propor soluções e teorias é extremamente simples, mas mover uma população inteira não o há de ser. Romper a barreira da inércia e do comodismo é o principal desafio daqueles que buscam transformar a situação política brasileira e por isso temos de ser cuidadosos e precavidos diante de nossos patrícios, pois, infelizmente, basta uma palavra mal formulada e uma possível mudança sociopolítica cairá (novamente) no esquecimento, ficando apenas no papel, da mesma forma que ocorre com todo o resto no Brasil. Que, quando crescermos como cidadãos, desempenhemos a nossa função: lutar pelos nossos direitos. 

sábado, 12 de janeiro de 2013

Primavera dos Corpos

Sob a fraca luz jaz um corpo...
Não inanimado! Não morto!
Cansado!
Cansado da luta, do embate entre os corpos...

Sob a fraca luz jaz um corpo...
Um corpo cor de mogno,
Coberto por linhas curtas negras;
Cuja pele macia ergue-se
Frêmito, permeando a Flor Vermelha
E esta desabrocha lentamente,
Com todo seu caule reverberando,
Num infindável Frenesi.

Nessa Primavera dos Corpos,
A Graúna passa seu bico entre as Pétalas da Flor Vermelha,
Sugando o Néctar que transborda
E atinge as folhas.

A Flor Vermelha, agraciada com a frescura da Graúna, lança-se sobre ela!
E aquela, com o bico, corta-lhe fora o caule,
Revelando toda a seiva que a Flor continha dentro de si
Agora liberta em êxtase

Pousada no chão

Sob a fraca luz...

2 Plus 2 Equals 5

Persisto nessa trama já com os olhos semicerrados, prontos para te entregar a verdade irrefutada.
Das minhas dores fizeste cores e, das minhas lágrimas, a abençoada.
Divino leigo, estás ao meu lado?
Enrosca-te no meu seio...
Nessa poesia suja, jogo de letras e falsos números,
Quem pleiteia teu amor sou eu
E quem o recebe faz-se ESPUMA.

A Título do Chão

Quero tudo e não quero nada...
Quero preencher linhas, quero revolver a terra molhada... molhada da chuva que cai lá fora, quero ar, quero vida, quero quem me queira...
Cansei de me sentir sozinha, cansei de sorrir o tempo todo e rir de piadas sem graça. Cansei dos homens, cansei das mulheres, cansei das crianças... só não cansei dos velhos: fontes de sabedoria e experiências, loucos por conversa e atenção, carinho e amor...
AMOR... é o que todos buscam e eu, vira e mexe, tropeço em alguém que acho que posso amar, mas na verdade não passo de uma menininha ingênua que nada sabe e que muito menos sabe amar. No máximo sabe conjugar o verbo "amar" e no fim é tudo, tudo é "O AMAR".
Ele que nos cria; dos melhores aos piores sentimentos.
A ambição, por exemplo, não passa de amor, assim como o egoísmo e até mesmo o ódio que revela apenas ser o gosto por desgostar de algo ou alguém.
Então, no fim das contas, eu sei amar! Não do jeito que querem ou esperam, mas AMO! ... de uma forma distorcida, mas sei amar!

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