segunda-feira, 27 de maio de 2013

Se você me seguisse, saberia como é.

Não há nada mais irritante do que pessoas se pagando de fofas, com um ótimo caráter e sorrisos luminosos, com dentes retos... contudo, inanimados e hipócritas.
Fingimos ser aquilo que nos fará ser aceitos, mas é isso mesmo que somos?
Alguns dizem estar bem, dizem que tudo faz bem, mas será verdade?
Outros tentam fingir que não se importam e outros tantos dizem não gostar...

Se você me seguisse, saberia como é.
Se você me seguisse, sentiria as coisas diferentes.
Se você me seguisse, poderia tirar a máscara.

Ainda somos indecisos e mal sabemos o que queremos;
Ainda estamos nessa ladainha do "sei lá...";
Que diferença faria se eu o abandonasse agora?
Será que eu sentiria sua falta?
Será que eu me sentiria mal de te ver com outra pessoa?
Não sei...
Não vou ser mais uma conformista, mas também não hei de insistir.

Nessa prosa sem romance, nesse contexto tão irreal, eu te abandono,
mas se você me seguisse, saberia como é;
Saberia como foi;
Saberia como será.

Faria a pergunta errada, mas teria a resposta certa e nunca seria tarde para voltar ao passado, mesmo que não tivéssemos uma máquina do tempo.
E, então, você saberia, se me seguisse.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sorvete de Limão e Feijões

Eu ainda não consegui ter certeza se já enlouqueci ou se os números estão errados...
As massas aumentam, mas na minha memória você só diminui, você só desaparece...
Ainda não sei isso é bom ou ruim; ainda não me decidi em fugir ou correr...
Só...
Só vou reestudar a sua mente por alguns instantes para termos o que conversar quando dermos de cara um com o outro:
"Olá, como vai?"
"Bem, e você?"
"Trabalhando muito?"
"Sim, nem posso falar com você agora, estou sem tempo. Vamos marcar alguma coisa por esses dias..."
"Sim, claro"

Um abraço amigável e dois caminhos diferentes.
Ele não liga.
Ela não liga mais para isso.
A ausência que ele deixou foi substituída por algo qualquer.
Ela não sabe mais sobre o que falar, não quer pensar nem falar; apenas se deixar levar, como numa correnteza ou num sonho. Não quer que ele a puxe de volte, mas no fundo, quer sim.
Sim, ela sabe.
Mas para ela... tanto faz.

Os títulos... também não fazem mais sentido... nada o faz, fora algumas certezas...
Ela agora se sente feliz. E isso já basta.

Sombra, blush e make up.

Sem saber se isso é ruim ou bom, ela tem a certeza de que ele a acompanha pelas margens, só bicando as beiradas.
Ela se deleita.
Se sente bem.
Se sente querida.
Se sente admirada.
Anda maquiada e atrai os olhares.
Se sente bonita, mesmo que o espelho diga outra coisa.
Se sente engrandecida.
Se sente amargurada.
Se sente levemente insaturada.

Ela só queria alguém de quem pudesse gostar e compartilhar fatos.
Mas se satisfaz em apenas ser contemplada.

Sair das sombras não é uma opção para ele.

Colorblind

Ele diz: "Sou cego."
Ela responde: "Tire a sua máscara."
Ele: "Não posso, tenho que agradar a sociedade."
Ela: "Então era isso."

Acabaram.

Tudo virou pó.

Memórias inacabadas,
Desperdiçadas.

Agora ela ruma, erroneamente, procurando por ele em outros braços.

Agora ele não é mais cego, agora ele é daltônico.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Sobre alguém

Cada um pensa que suas prioridades estão acima de tudo, mas ninguém sabe que o TUDO desvaloriza prioridades.
Cada um sabe de si, mas os outros sabem mais.
Agora sou apenas mais um número na infinita equação...
Infinitas possibilidades.

Eu e Ela; Ela e Eu; "Eleu".

Eu e ela pensamos em fazer qualquer coisa,
Em topar qualquer coisa,
Em mudar qualquer coisa;

Eu e ela choramos ao relento,
Segurando o chapéu contra o vento,
Enquanto - eles - lendo;

Eu e ela buscamos qualquer verso,
Rabiscamos qualquer feitiço,
Fingimos qualquer rebuliço;

Eu e ela não somos as mesmas,
Ainda agimos como lesmas.

Eu e ela não somos farsantes, 
Somos fantasmas ambulantes
Num marasmo de cores sem fim.

Eu e ela demos uma volta no Restelo,
Mas só encontramos restos.

Eu e ela nada somos,
Fingimos que somos,
Mas tudo somos.

Eu e ela somos perfeitamente imperfeitas,
Feitas à óleo, por não se misturarem com nada.

Eu e ela, ela e eu,
Tanto faz.
Podemos ser "eleu".

Juntas na mesma miséria, 
Buscando a mesma coisa,
Disfarçando.
Interpretando o mesmo teatro,
Como atrizes coadjuvantes,
Rindo risos tristes.

Atores diferentes contracenam.
Mal sabem eles de Ela e Eu,
Eu e Ela.
"Eleu". 




1 - 1 = 2

Se o amor fosse simples, não haveria tantas pessoas tentando defini-lo;
Se o amor fosse simples, não rimaria com dor.

Se amar fosse justo, não combinaria com chorar;
Se amar fosse justo, ainda estaria aqui;
Se amar fosse simples, ainda seríamos os mesmos;
Se amar fosse simples, não seríamos distantes; não seríamos amigos.

1+1 = 2, você diz nas suas equações,
Mas nas minhas, 1+1=1

domingo, 19 de maio de 2013

Quatro gatos tristes... comendo biscoito.

Coma biscoitos para a sua tristeza.
Chore rios.
Desperte.
Apalpe.
As coisas vão andando, continuando, e só você fica pra trás.

Coma biscoitos para sua tristeza.

Reflita.
Pense, mas não pense demais, porque pensar demais nos leva aos nossos demônios e você vai acabar comendo mais biscoitos para a sua tristeza acabar.

Relaxe.
E coma biscoitos até se acabar.

sábado, 18 de maio de 2013

Nefertiti

Vês que dá do teu sangue?
E que não pões tanta paixão no que precisas?
Que abandonaste as tuas felicidades
Por uma suposta "Qualidade de Vida"?

Não vês que será infeliz?
E pensarás "Por que não fiz o que quis?"
E o arrependimento virá da capa de um livro,
Lhe murmurando um jogral joliz

A alma dissecando...
E quem disse que ela existe?
O carpe diem é o que há, pois a vida é rápida
E válida

O corpo enruga enquanto ganhas dinheiro
E pensarás "Por que não fiz o que quis?"

A procura da felicidade é distorcida...
Dinheiro É Felicidade...
No entanto, sabes que não comprará a pessoa amada
Sabes, apenas, do interesse da futura mulherada...

E elas correrão atrás de ti,
Mesmo sem saber o teu nome,
Mesmo sem saber teus gostos,
Mesmo sem saber que o que procuras,
O que realmente queres,
É o sorriso de Nefertiti.





Jovanês

Vá entender a pequenina...
Tão doce e frágil,
Tão lastimável...
Envolvida numa sina de dois!
Mal sabe ela o que perde...
Mal sabe ela a trama que se desenrola....

Em torno dela, indecisões e falta de vontade...
A pobre, coitada, mal contém a ansiedade
Ah, pensa ela, que ensejo de beijar!
Mal sabe ela o selo que a vai atar;
Mal sabe ela a felicidade
E a ambiguidade do amante revolto...

Ela sabe, sim, da precocidade
Sabe, também, que é forçoso
Mas a menina não vê que,
Apesar da idade,
O amor é algo passageiro, leve e ocioso...
E beijar, nada mais é que delicioso
Contudo, uma droga infecciosa...

És, agora, maliciosa
Ó, pequena Jovanesa.


The Con

Podemos nos sentir puros mentirosos, pútridos, hipócritas...
Mas o somos?
Somos tão farsantes?
Somos coordenados por indecisão?
Somos feitos de que essência?
O que nos compõe?
Por que as pessoas falam "se cuida", se ainda não sabemos cuidar de nós mesmos?
A maioria das coisas não têm feito muito sentindo... embora sentir-se confuso não seja uma realidade, várias perguntas rodeiam e permeiam a mente, atravessando cada membrana mais sensível do cérebro.

Ainda parecemos farsantes?
Ainda somos falsas apostas?
Ainda dizemos que nos importamos?
Por quê?
Isso é verdade?
Onde está a veracidade?

Cobre teus olhos, não vejo tua face, tua boca solta murmúrios e as palavras se perdem...
És inconstante?
Todos somos.
Todos somos muros, impenetráveis, com nossos próprios segredos, sendo nós mesmos, sem hipocrisia, por alguns segundos.

Somos frágeis?
Suscetíveis?

Como vamos saber?
Tudo parece um enigma à ti.
Tudo é um enigma à ti. Inclusive eu.
Já me desvendaste?

Então sabes que sou farsante.



sexta-feira, 17 de maio de 2013

Qualidade de Vida X Felicidade

A felicidade vem quando menos esperamos.
Estabilidade não é mais sinônimo de felicidade; não para mim.
Olhar-se no espelho e cair na realidade pode ser chocante, mas eficaz.
Acordar, se sacudir, aproveitar... como diz na propaganda da "Mastercard", não tem preço.
É impagável a sensação de liberdade; sentir-se real e radiante, disposto(a) para mais dias, iluminados ou não.
O melhor de tudo é descobrir que não se depende mais de alguém para se sentir feliz porque, agora, você se sente real, verdadeiro, sabe que tem ossos e que não precisa de ninguém para apoiá-los, mas descobre que precisa de todos na verdade.
Integrar-se à música e ao ar, ao ambiente, e você se tornando um... isso é impagável.
Todos os sentidos reestimulados e a descoberta de novas coisas... tudo isso, num sentimento só e tudo isso passando num segundo diante de um espelho, quando um minuto atrás era-se completamente infeliz...
Isso é impagável...
A felicidade é impagável...
Não confunda qualidade de vida com ela, pois a felicidade incide de dentro, não de fora.
Somos inteiros, nunca fomos metade. É burrice esperar pela metade... espere pelo SUPLEMENTO, agarre-o e seja mais feliz ainda.

domingo, 5 de maio de 2013

À Perdida

Não te percas, cara amiga
Hei de enviar um mapa à ti,
Hei de guia-lá até a Constelação do Cruzeiro
E de lá, há de encontrar-te.

E tocarás no amor e na esperança de algo - alguém - que há de amá-la,
Que há de completá-la...

Meu serviço?
Dar-te uma carona até lá
E sorrir, acenando, de dentro do carro alado.

Trova à Tristeza

Pessoas choram, sofrem por amores intocáveis; perdidos.
Pessoas choram, sofrem por perderem lembranças gostosas.
Pessoas choram, sofrem por não poderem ser livres.
Pessoas choram, sofrem por gosto de se lamentar...

Pessoas não enxergam que já é passada a hora de saltar fora;
Pessoas não aceitam que já não são mais amadas e insistem em investir seu amor num passado já longínquo para o outro;
Pessoas choram, sofrem por gosto de se lamentar.

Tristeza é confortável...
Alegria é exigente.

Tristeza é um berço de lágrimas acolhedoras...
Felicidade não exige nada.

Tristeza dá dor de cabeça...
Alegria cansa o maxilar de tantos sorrisos.

Tristeza é capricho
E a Felicidade desmazelo.

Prezarei pela bagunça.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Súplicas

O tempo desfavorável
E o encontro cada vez mais raro...
Bocas a se abrirem em canto lastimável
E a se unirem no arroubo púrpuro!

Que triste façanha!
Afastar-se da cama,
Que triste, que lamentável!
Chorar pencas e penas
Por uma hora memorável...

Envolve-me.
E faz do meu corpo cama.

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