segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Fragmentação da chaleira imaginária e devaneios consecutivos

Já não tenho mais certeza do meu amanhã
                                              [nunca o tive
A chaleira, chia, ferve, entra em ebulição
Vai se transformando em microscópicas nuvenzinhas de gotículas de vapor d'água
Ouço o som delas lutando contra o cativeiro que a panelinha incute

Divago.

Penso que muitos de nós permanecem em cativeiros,
Ricocheteando nas paredes invisíveis do que nos aflige e escraviza.
Agoniza.
Quem vos fala não sou eu mesma, não pretendo fazer mais rodeios
E quem injetou em mim a droga alucinógena natural,
Agora prende minha mão contra seu peito
Aproxima o rosto e o encosta no meu seio,
Sussurrando palavras inaudíveis - invadem minha zona neural! -
                              - Talvez, meu bem...
Escravos...
Ebulição!
Chama!
Queima!
Explosão!
Gritos!

Não vou mais te ver...
Por enquanto...
                         - Eu te quero tanto...




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