quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sorvete de Limão e Feijões

Eu ainda não consegui ter certeza se já enlouqueci ou se os números estão errados...
As massas aumentam, mas na minha memória você só diminui, você só desaparece...
Ainda não sei isso é bom ou ruim; ainda não me decidi em fugir ou correr...
Só...
Só vou reestudar a sua mente por alguns instantes para termos o que conversar quando dermos de cara um com o outro:
"Olá, como vai?"
"Bem, e você?"
"Trabalhando muito?"
"Sim, nem posso falar com você agora, estou sem tempo. Vamos marcar alguma coisa por esses dias..."
"Sim, claro"

Um abraço amigável e dois caminhos diferentes.
Ele não liga.
Ela não liga mais para isso.
A ausência que ele deixou foi substituída por algo qualquer.
Ela não sabe mais sobre o que falar, não quer pensar nem falar; apenas se deixar levar, como numa correnteza ou num sonho. Não quer que ele a puxe de volte, mas no fundo, quer sim.
Sim, ela sabe.
Mas para ela... tanto faz.

Os títulos... também não fazem mais sentido... nada o faz, fora algumas certezas...
Ela agora se sente feliz. E isso já basta.

Sombra, blush e make up.

Sem saber se isso é ruim ou bom, ela tem a certeza de que ele a acompanha pelas margens, só bicando as beiradas.
Ela se deleita.
Se sente bem.
Se sente querida.
Se sente admirada.
Anda maquiada e atrai os olhares.
Se sente bonita, mesmo que o espelho diga outra coisa.
Se sente engrandecida.
Se sente amargurada.
Se sente levemente insaturada.

Ela só queria alguém de quem pudesse gostar e compartilhar fatos.
Mas se satisfaz em apenas ser contemplada.

Sair das sombras não é uma opção para ele.

Colorblind

Ele diz: "Sou cego."
Ela responde: "Tire a sua máscara."
Ele: "Não posso, tenho que agradar a sociedade."
Ela: "Então era isso."

Acabaram.

Tudo virou pó.

Memórias inacabadas,
Desperdiçadas.

Agora ela ruma, erroneamente, procurando por ele em outros braços.

Agora ele não é mais cego, agora ele é daltônico.

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