Ó belo relógio!
Medidor do tempo;
Do tempo comedido (espalha-se ao relento)...
Tão curto! Metamorfoseia-se num necrológio!
Ó Cronos, Senhor do Tempo!
Reivindico à ti o primórdio;
Primórdio do Tejo, com velas ao vento
Navegando pelas águas - sem ódio! - e com o amável relógio!
Acordar-se: tique- taque, tique-taque...
Os seus ponteiros dourados a me apontarem
E mirar-se no espelho da hora passada: um assombro, um ataque!
Ponteiros, usados como lanças a me cravarem
Oh, não! É a velhice que me corrompe!
Oh, necrológio, ó Cronos, por que suas rugas a me cravejarem?
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